quinta-feira, 8 de maio de 2008

SOBRE A CHUVA EM MACAU E OUTRAS COISAS


Já tem alguns dias que não escrevo, embora dê sempre uma espiadinha...
Aproveito para parabenizar Getúlio Moura pelo Flamboyant postado e das fotos da enchente em todo o Vale do Açu, enviadas para mim por Antônia, minha irmã e minha querida amiga Estefânia. Parabéns a Renan pelo Arco Iris e outras postagens suas. Você é dez!!! Parabéns a Bira pelas fotos do aniversário de sua mãe. Parabéns também para ela. À Zé de Hipólito, parabéns pela lindas fotos antigas do seu acervo que tem postado no blog.
Lendo os relatos de alguns blogueiros sobre chuva em Macau, infância, lindamente escritas por Sheila e Giovana, recordei do que esse assunto representa para mim. A minha casa na Rua Pereira Carneiro, nº 272, tinha que ser retelhada sempre que se aproximava o inverno porque, dada a facilidade de subirmos por causa da parte que sobrara em pé na demolição do nosso querido sobrado, ex-dos Cariello (nossa saudosa maloca, de grandes recordações infanto-juvenis), para corrermos em cima de casa e, claro, quebrávamos as telhas e se não fossem retalhadas, era biqueira que não acabava mais!!!
Outra coisa em dias de chuva, era comum mamãe colocar a gente na cama ao lado dela, feito galinha e seus pintinhos (ainda que fossemos oito filhos), principalmente quando a chuva era carregada de relâmpagos e trovôes e lembro que, no dia 27 de abril de 1967, no dia em que minha mãe completava 37 anos (embora uma vez tenha dito a Benise Barros que aquele dia teria sido 27 de março dia do aniversário dela, mas depois lembrei-me que foi abril...) caiu um raio perto do cinema São Luiz e na passagem pela Rua Pereira Carneiro, atingiu boa parte dos moradores das adjacências, entre eles, a minha mãe... que desmaiou e a gente pensou que ela estivesse morta; foi aquela correria na minha casa e o mais interessante é que na hora em que o passava o clarão em frente à minha casa, mamãe estava brigando comigo, por alguma arte que eu havia feito (se Deus a tivesse levado, teriam colocado culpa em mim, que era tão boazinha!!!)... mas ela sobreviveu e até agora com 78 nos, está bem, graças a Deus.
Mas como boa interiorana, a chuva, principalmente naqueles tempos em que não havia água encanada, e a água melhor que consumíamos era a que vinha nos botes (os botes da aguada)... a água da chuva era um bem que todo mundo cuidava com o maior carinho, principalmente preservado por um bom tempo nos tonéis e no pote, principais armazéns de água, para quem não possuía cisterna (coisa que lá em casa tinha). Dia de chuva era dia de alegria, de liberdade, de correr nas ruas. Depois do banho de chuva aquele banho gostoso, com roupa limpinha, comíamos uma comida quentinha, à noite com aquele lençol bem limpinho, ah, como era gostoso a chuva na infância!!!
Como falei que lá em casa tinha cisterna que, inclusive se vendia água, principalmente no verão, então tinha um tanque onde ficava a torneira para encher as latas, então, quando chovia, virava uma piscina e claro, a gente, principalmente Dimas e eu, nos deliciávamos na nossa piscina particular, inesquecível.
Uma coisa que lembro era que tinha um pé de castanhola, mamão e outras frutas e as folhas se enchiam de água e Dimas e eu gostávamos de brincar com Antônia molhando-a, inventando que tínhamos um segredo para contar, e se a chamássemos dez vezes, ela vinha e a gente a molhava. Como era ingênua a minha irmã!!!
Outra coisa boa depois da chuva era passear descalça por aquelas ruas que ainda não eram calçadas, era uma farra legal. Outra coisa que me lembra chuva foi no ano de 1964, a maior enchente a que já assisti e o Rio Açu transbordava e trazia na correnteza os objetos que eram destruídos no meio do percurso e o povo se reunia na Rua da Frente, ali em frente a casa de Dr. Luiz (atualmente da família Maia Barros) para contemplarmos aquela cena que, embora trágica para quem sofria com as perdas, era uma coisa bonita de se ver a água carregando as coisas para lugares que não sabíamos aonde ia dar...
Uma das pessoas da minha infância que lembro estarem ali era Fernando de Josias (de saudosa memória) e Chaguinha de Naura que residia ali em frente, além de Dilson, Dimas, Antônia e alguns primos meus. Portanto, chuva é um bom mote para quem foi criança no interior, sobretudo, o nordestino onde, chuva é sinônimo quase sempre de alegria.
Mudando de assunto, aproveito o ensejo para me juntar aos que querem o ENCONTRO/REENCONTRO, todos os anos; acho que não devemos levar em consideração a campanha política, acho que já está mais do que divulgado que o encontro é degerações e não tem nada a ver com política partidária. Se deixarmos para, de dois em dois anos, as pessoas vão esquecendo e enfraquecendo o objetivo. Estive com Maria Amélia este fim de semana e ela falou-me da vontade de postar algumas fotos. Acho que deveríamos voltar a postar as mensagens, as fotos, os causos, enfim, vamos recomeçar com o mesmo espírito do ano passado, é o que desejo.
Celso, Marcos, Luiz Antônio de Seu Bibi, enfim, quem quiser, vamos selecionar os nomes interessantes de Macau?
Obrigada mais uma vez pelo espaço.
Chaguinha.

(Gio): Oi, Chaguinha. O Blog continua aqui... sempre aqui... arquejando, mas sobrevivendo às custas de poucos. Quem quiser, pode postar o que quiser que, se não precisar de crivo, será publicada sem restrições.
Quanto à festa, confesso que estou tendendo a apostar na festa de dois em dois anos. Nós todos sabemos como ficam os ânimos em Macau. E esse estado de espírito torna-se irracional, além dos nossos estômagos, que não são de ferro, pra aguentar as mesmas repetições ...