quarta-feira, 26 de novembro de 2008

CINE RIO GRANDE


O CINE RIO GRANDE, EM NATAL, ESTÁ AMEAÇADO DE SER DEMOLIDO. ENVIEI ESTA NOTÍCIA PRA TOINHO E ELE ENVIA ESTA PÉROLA.


A primeira vez que fui a Natal (não vou dizer a data. Não vou me entregar), ao chegar na ponte de Igapó, avistei o imponente Edifício 21 de Março. Sim, naquela época o Edifício 21 de Março ainda era considerado um edifício. Já havia o edifício do INAMPS/INPS na av. Marechal Deodoro, mas o 21 de Março ainda se apresentava como uma grande construção. Saímos de Macau por volta da meia noite. Eu, meu saudoso pai; Castro, o mestre da Filarmônica Municipal, Edinho filho do Major Santos, Naldinho e Didi, meus irmãos em um jeep 51.

Confesso que meu deslumbramento foi enorme. Meus irmãos mais velhos moravam na rua do Condor, que já se chamava Desembargador Lins Bahia, quase esquina com a Cordeiro de Farias e esta nos dava um visão privilegiada do rio Potengi.

Reinava na praia do Meio aquele que chegou a ser um dos maiores e mais confortáveis hoteis no nordeste, o Hotel Internacional dos Reis Magos. Ainda havia na Duque de Caxias o grandioso Grande Hotel de Theodorico Bezerra. A Estação Rodoviária Presidente Kennedy era o ponto daqueles que esperavam os que vinham de Macau.

Voltei várias vezes a Natal, inclusive para estudar e morar na Padre Pinto, rua do indefectível bar do coelho, a um quarteirão do MB.

Em 1983 fui transferido para Recife e nunca me recuperei.

Quem era de Macau sabia que o indívíduo que visitasse Natal e não fosse assistir a um filme no cinema Nordeste, no cinema Rio Grande, desse uma passadinha no cabaré de Maria Boa, uma escapadela no Arpege e umas canas na Tavares de Lyra, não podia dizer que conheceu Natal.

Natal continua bonita, mas muito longe do que era.

Morro de saudade.
Beijos,