segunda-feira, 9 de junho de 2008

A VIDA POR UM TRILHO


Queridos conterrâneos.

Recebendo essa mensagem do meu irmão, não poderia deixar de compartilhar com todos vocês esta linda Página do Livro, de SADDOCK ALBUQUERQUE, o meu irmão Zé, (como o chamo carinhosamente). A nossa vida é realmente muito parecido com esse tema. As vezes, quando escorregamos dos trilhos somos chamdos a retornar imediatamente, se não, a vida desanda.

A VIDA POR UM TRILHO

O trem da vida parte para o mundo. Surge, e não pára mais.Lá vai a vida subindo colinas, descendo desfiladeiros, atravessando desertos, pântanos, florestas, cidades... seguindo os trilhos do destino. Tudo passa e volta a passar... Tudo se repete infinitamente. E a vida continua presa aos trilhos. Passando como se estivéssemos sempre assistindo ao mesmo filme.

Essa produção não é nossa, nem a dirigimos. Somos relevados a um papel secundário, quando poderíamos ser protagonistas; deixamos que algum roteirista escreva a nossa história, quando poderíamos escrevê-la.

Assistimos a um filme que se projeta muito mais pela miséria que pela superação humana; muito mais pela imposição e indiferença que pelo reconhecimento de nossa potencialidade criativa. Por isso, a vida precisa libertar-se; fazer descarrilar o trem, sair dos trilhos.

Por que então não sairmos dos trilhos e assumirmos a direção desse longa-metragem?

Resolvermos fazer da vida uma obra de arte, uma obra-prima, sem a intervenção de intruso que relutando em ser o elo imprescindível na direção de nossas vidas, está sempre a nos apontar o caminho que devemos seguir.

Talvez assim, reconstruindo a ordem das cenas, passemos a compreender melhor porque odiamos tantas coisas e nos culpamos tanto de nossa individualidade tão lamentavelmente limitada e, de igual modo, passemos a entender que para alcançarmos à condição de protagonista é preciso enfrentarmos o que se nos apresenta como imutável, o que verdadeiramente nos amputa a coragem de combater o “impossível de mudar”.

Parece-me que o fato desse impulso não se fazer irromper coletivamente, nos inibe de impeli-lo individualmente.

Devemos, no entanto, compreender que a vida, efetivamente, se dá no plano da consciência, na perspectiva do domínio da idéia, de tudo o que podemos criar e realizar como autores e não como co-adjuvantes nessa prodigiosa produção cinematográfica.

Saia dos trilhos, faça o seu próprio filme! E se ninguém assisti-lo? Não tem nenhuma importância, o importante mesmo é que você o tenha vivido da forma mais ampla e significativa possível, que tenha dado a sua contribuição para as mudanças tão necessárias à vida, pois, os outros, aqueles que continuam nos trilhos, esses são apenas fantasias do inconsciente, nunca existiram.

José Saddock de Albuquerque
Advogado e Poeta