sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Memórias de Toinho

Infelizmente, não há tempo hábil para eu me deslocar de Porto Alegre a Macau e voltar a tempo para o trabalho e o estudo. Eu até tentei, mas... E Ainda tem gente que diz que Servidor Público não sofre. Mas estarei bem representado. Naldinho, meu irmão, comprou 13 camisas no Restaurante Maturi e ficou impressionado com a beleza do restaurante e com a atenção, presteza, elegância e solicitude dispensada por Celso. Chaguinha também estará me enviando duas. Pelo jeito, vai haver, também, um encontro aqui em Porto Alegre.
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Domingos Sávio Afonso, não sei se lembras, mas eu estava junto quando do episódio de "Seu Boga". Estávamos na praça, à tarde, mais precisamente na coluna, quando passa seu Boga de bobeira e começamos chamá-lo pelo apelido. Achando pouco e, você, como se diz em Macau, já "triscado", ou melhor, embriagado, seguimos ele que foi em direção ao prédio de Amaro do Vale. Já quase em frente a farmácia de seu Raimundo, seu Boga pega uma banda de tijolo, atira em você e pega no seu rosto. O sangue jorra e ficamos todos perplexos e apavorados. "chama Bosco Afonso!!!", chama dona Maura!!!" chama seu Afonso!!!" Não!!!, vamos levá-lo para a casa de saúde e lá se foi alguns pontos e Sávio passou o carnaval com "chapa branca".
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Regina, como tens história! Até de de Joaninha Pão, Zé Vieira que era o "cabeleireiro" oficial da turma da D. Pedro II e adjacências. Eu me lembro bem por que cresci junto com Eugênio, Paulinho e Zé Anjo. Essa, sim, é a verdadeira enciclopédia macauense. Não se pode falar de Zé Vieira sem lembrar as pelejas dele com João Vicente e de uma peleja dele com Furamundo, essa não de versos mais de faca.
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Seu Godofredo, homem de posse, abria mão do conforto da barbearia de Valdomiro pela simplicidade da cadeira de Zé Vieira. Segundo o próprio Zé Vieira, ao passar a mão no rosto e não ver "nenhum canhão"Godofredo lhe pagavo o dobro.
Certo Dia seu Godofredo sentou na cadeira, Zé Vieira fez aquela espuma branca e encheu o rosto dele que ficou só os olhos de fora. Depois, passou a "amolar" a navalha naquele pauzinho de afiar. Seu Godofredo envolto naquele lençol branquinho que parecia a cobertura de um circo- só se via os olhos dele- quando entra Furamundo aos gritos: "Zé Vieira, fela da puta, eu vim matá-lo!!!. Furamundo tinha um bar que vendia comida com um padrão de qualidade e higiene pra lá de duvidoso. Quando alguém lhe perguntava: Seu furamundo essa sopa está boa? ele respondia: "o último que tomou está há três dias no soro na casa de saúde". Zé Vieira, com o susto, deu um pulo para trás. Seu Godofredo ao ver aquela peixeira de dez polegadas na mão de Furamundo, quase teve um infarto. E Zé Vieria: "Mas homem, que cachoro da moléstia é isso, Furamundo? nós somos amigos, eu sou seu cliente e você vai me matar? por quê? Por que você "cantou" dona Mimosa, minha mulher e eu vou te dá um facada que, se você não morrer, Dr. Ronaldo vai passar uns três dias costurando o seu bucho na Casa de Saúde! Zé Vieria parou um pouco diante daquela "sinuca de bico", olhou para seu Godofredo que permanecia impávido e pálido coberto por àquele "manto" e disse: "Furamundo, eu jamais faria isso com uma senhora tão distinta como a dona Mimosa, por quem tenho um grande respeito mas, pensa bem aqui comigo: "você me mata, eu vou para o cemitério e você vai para a cadeia e dona mimosa vai ficar solta na buraqueira, aí sim, você vai levar chifre..." Furamundo, incrédulo, com a "saída" de Zé Vieira, pediu mil desculpas a Seu godofredo e se mandou.
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Abs, Toinho
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(Gio): Já tem algum tempo que a gente se cruzou por esses caminhos cibernéticos e sempre fiquei com uma boa impressão a seu respeito. Agora , seu conceito cresceu mais ainda diante de mim . Estava com uma grande expectativa de que você conseguiria vir e nos encontraríamos, mesmo sabendo das dificuldades que seria enfrentar esse deslocamento de Rio Grande a Rio Grande. Confesso-me triste... Mas, não ligue, eu tenho esse defeito, vivo sempre com esperança... consequentemente, vivo sempre me frustrando. E vou vivendo...
Mas, meu querido Toinho, saiba que lembraremos de você...
Olha, tem uma frase que eu gosto do livro "Ética para o meu filho" (de Fernando Savater), que fala das coisas e das pessoas. Ele diz:

Não se iluda: de uma coisa - mesmo que seja a melhor coisa do mundo - só se
podem tirar ... coisas. Ninguém é capaz de dar o que não tem, não é mesmo?
(...) Se os seres humanos fossem simples coisas, o que as coisas podem dar
nos bastaria. Mas aí está a complicação de que falei: como não somos simples
coisas, necessitamos de coisas que as coisas não têm. (...). (p.87-88)

OBRIGADA E BEIJOS (hoje tô igual a Tião... Espero que não seja a PVC que esteja chegando, pois já estou esperando a TPM).