domingo, 19 de agosto de 2007

FATOS E ACONTECIMENTOS INESQUECÍVEIS


Por Vilma Rejane


Tenho a impressão de que o tempo voa. O tempo voa, continua voando...Por isso, fico com medo de não ver a realização de tantos sonhos e desejos. Ao longo desses anos, houve mudanças? As pessoas estão melhores?

Motivada por esse blog maravilhoso, e navegando no tempo, penso que nunca poderemos esquecer imagens e fatos da nossa amada Macau. Como esquecer as salinas na entrada da cidade, o movimento do sindicato dos salineiros tendo à frente Floriano Araújo, o côco de Manuel do Côco, o canjicão de Manoel da Carroça? E a padaria de seu Horácio, onde o pão era embrulhado num papel ou levado numa sacola de pano. E de Horacinho Paiva com seu famoso jipe?

Revejo os botes chegando e o seu Dudu abastecendo as famílias tradicionais com o seu galão d’água. O apagão às 22 horas, Martiniano vendendo querosene em sua carroça e Pipoca vendendo leite. Quem não lembra como o freguês adquiria a carne e o peixe pendurados nas bancas, para alegria das moscas, e depois eram embrulhados em papel de saco de cimento? E do tamanho da peixeira de Silvério?!

A sopa de Agripino?! E o inesquecível Duque de Caxias?! Dona Lourdes Ferreira, com suas cocadas, cocorotes e raivas feitas por Quinha? Os caminhos de areia, o calçamento da pedra lascada? O movimento dos Escoteiros e das Bandeirantes, Luizinha de Boaventura toda poderosa! O Fandango, o Bar Rochedo, a Cruzada, o AARU, o Pastoril de Anastácia, o velho Joca e Neco das Quatro Bocas, as meninas da Rua da Frente. Hoje, só fotografias.

O bar de Seu Augusto Coutinho? E Aldo Coutinho comandando os Sombras? E Zé Passarinho, o rei do mata-sete, e hoje lá nem quenga existe. E Zé de
Tamarineira e a Lua? A fama dos Tetéos. As figuras de Ciça Sebo, Tributino, Bidinha, Tabaco Cheiroso, Senhorinha?

As missões e Padre Penha com o seu Clã formado por Manolo, Padinho, Zé Pinheiro, Mazinho, Edvar, Ailton Marques, Kidinho, Chagas Leão, Simão, Zé Olé, Ivanaldo, Tarzan, Vavá, Geraldo Parú, Luiz Bicudo, Geraldo Lucas, Roberto de Vanda, Zélio Trindade, Edinho Dantas, Milton Minora, Kleber Paiva, Arimatéia, Adilson Lemos e tantos outros. E Padre Zé Luiz? O ginásio, a casa do estudante, tão formosa!... Praça da Conceição – palco de retretas embaladas por Lua, Luiz de Madalena, Seu Bira, Mário de Zé Badalo, Cadete, Zé Rita, Betinho – palco de grandes paixões, encontros e desencontros! Existem alguns amores que precisam ficar onde estão: no passado.

Seu Vigílio tocando o passo da ema e Gracinha de Uda correndo atrás...Regina Barros virando aluna ‘exemplar’ da ED na boa companhia de Marluce de Geraldo Prático... As festas no Ginásio do Padre, Salete Coutinho, a eterna secretária, o Sempre Alerta que embalou muitos amores, a quadrilha marcada por João Neblina. Não dá para esquecer... e a lua-de-mel de Chagas e Benigna na Casa Paroquial. E Paulo Dedinho, o fiscal da coluna?

A casa do motor no Ginásio tem história. Edvard, Manolo, Mazinho e Tarzan sabem muito bem. E Haroldo Martins cheirando a lancaste? E Luzinha, a secretária do Sindicato dos Marítimos, onde tudo era a bordo. Inácio dos Índios querendo ensinar Manolo a armar a flecha? E Bosco Afonso chegando do Rio de Janeiro todo transviado? E as calças boca de sino de Carlos França? E Roberto de Vanda de secos e molhados? E Eimar de Pacheco querendo ser Tony Curtis? E Zé Vicente afirmando que prefeito bom era Seu Venâncio que dava pela frente e a mulher por trás?(risos).

Os saudosos assustados na casa de Marco Paiva e Paulo Helton? Gente,lembra de Vavá como Mestre Sala da escola de samba de Titico? Seu João Bento, grande figura! A coluna? Conseguimos sobreviver... Só Deus sabe!
O sonho do porto-ilha e a fábrica de barrilha? E As Almas, de saudosa memória, é melhor nem falar, tem segredos do além e alma não fala. E a ronda noturna feita por seu Dudu, Dona Rosarinho e Uda?
Gosto de ouvir as histórias de luta do povo da minha terra, sinceramente fico admirada pelo tamanho da vontade de vencer e da dignidade com que todos lutaram por dias melhores. Terminou nossa luta? Chegamos a alcançar nossos objetivos? Acredito que enquanto tivermos sopro para respirar, os sonhos não pararão! Temos que devolver a Macau o que sempre foi dela, sua beleza, seus sonhos, suas paixões, seus amores, suas fantasias, seus prazeres, sua riqueza, sua alegria, seu valor, SUA CIDADANIA. Vamos à grande festa do REENCONTRO.
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(Gio): PÔRRA!!! Vilma Rejane... Obrigadão... E desculpe a expressão, que para alguns pode ser pejorativa. Pra mim não. Apenas expressa minha emoção de ter o privilégio de ler o teu texto e de pensar que podemos ser muitos se quisermos. Pra que tantas diferenças? Chega! Temos muitas coisas em comum, somos macauenses.