segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Discurso lido na festa pela Familia Aquino


Senhoras e Senhores, Boa noite!

É com satisfação que nós, familiares de João de Aquino, participamos de mais este evento, mais uma demonstração de carinho e respeito a um homem que sem pedir absolutamente nada em troca declamou seu amor por esta cidade por toda a sua vida.
Ao chegar nesta Cidade com apenas 20 anos de idade, como ele sempre dissera, para passar uma semana, não imaginava que ali se iniciaria um processo de simbiose e amor que permaneceria por 65 anos. Que construiria uma história, plantaria árvores, edificaria uma família, enfim, marcaria para sempre seus passos nesta terra.
A partir de 1936, com seu caráter visionário iniciou o processo de colecionar objetos históricos que demarcaram de algum modo a história desta região. Vindo a realizar a primeira exposição do Museu José Elviro em 1952. Criando deste modo uma salutar referência histórica em uma Região, desde sempre caracterizada pela baixa escolaridade e a pouca atenção à sua própria Cultura.
Obstinação, Valentia e Amor são adjetivos óbvios para expressar a luta deste Homem que dedicou uma vida inteira a educar seus filhos e contar as mudanças de um tempo, deixando assim sua marca no pó da terra em que pisou.
Em especial a partir dos anos 70, o Museu José Elviro, ou simplesmente o Museu de João de Aquino ampliou a sua atuação cultural na Cidade, a partir de inúmeras manifestações culturais, fosse em forma de exposições, fosse em forma de debates sob variados temas, sempre tendo como fito a Educação e Cultura de um povo. Sendo desde então, uma positiva referência para estudantes, professores e pesquisadores do nosso estado. Quantos de nós aqui, em algum momento de nossas vidas não nos deslumbramos com nosso passado e refletimos sobre o presente e o futuro, dentro do Museu José Elviro?
Enfim, João de Aquino, efetivamente estava associado à alma Cultural de sua Cidade. Fato que deverá permanecer por todo o tempo, uma vez que aproveitamos este momento para informar à População Macauense que existe o firme propósito de se criar a FUNDAÇÃO JOÃO DE AQUINO de cultura, que dentre outros objetivos no campo cultural e educacional, buscará manter vivo o Museu José Elviro.
João de Aquino fez sua parte, uma contribuição maior, resta-nos, população macauense, fazer a parte mais fácil, manter uma estrutura já erigida.
Compreendemos que precisamos, todos, termos o compromisso com nossas Gerações futuras e, este compromisso passa fundamentalmente pela conservação de nossa História.
Queremos agradecer a Dorotéa Dantas, pelo longevo carinho e atenção que sempre dedicou ao Museu e a João de Aquino.
A Gilson Barbosa e Ronaldo, funcionários públicos que muito têm se dedicado para conservar aquele patrimônio.
Aproveitar o momento para fazer uma Saudação especial, em vida, a dois homens muito importantes para Macau, dentre tantos que colaboraram imensamente com a edificação da cultura e Educação desta Terra: Pe. João Penha Filho e Floriano Bezerra, que além de amigos de todas as horas sempre foram eficazes incentivadores e colaboradores da determinação de João de Aquino.
Aos Professores de Macau, mesmo considerando que estão fazendo um grande trabalho em suas escolas, nos propomos uma maior interação com o Museu para que consigamos melhor difundir a história de nossa Cidade e Região e não permitirmos que sejamos um Povo sem começo nem fim, pelo simples desconhecimento de sua própria História.
Agradecer também a todas as pessoas que têm nos procurados pelas ruas de Macau com a preocupação com o futuro do Museu José Elviro, o nosso obrigado e a certeza de que este Patrimônio que foi construído com tanta luta e dedicação deve permanecer vivo e iluminando esta Cidade e seu Povo, como um farol de sabedoria e referência.
Aos agraciados nesta noite pela Comenda João de Aquino, nossa especial referência, Vocês estão sendo reconhecidos pelo trabalho que de algum modo desenvolvem nesta terra e que tem importância sobremaneira para a edificação do presente e futuro de Macau. Por vezes avalia-se que um trabalho mínimo efetuado por uma pessoa qualquer é pouco, todavia se cada um de nós, compreendermos a real dimensão e importância de nossa dedicação mínima para o conjunto, certamente conseguiremos fazer de nosso tempo um tempo muito melhor.
Por fim gostaríamos de lembrar que mais que ações mirabolantes, a cultura de Macau necessita do semear incessante de sonhos e vidas para que a juventude desta terra não se sinta perdida e sem referência de si.

Muito Obrigado!!!