sábado, 9 de fevereiro de 2008

O QUE ADOREI NO CARNAVAL


O que mais adorei no carnaval de 2008 foi sentir que a mesmice está cansando o folião de Macau. Sinal que a aurora seguinte será mais alvissareira. Ouvi o grunhido do povo, e procurei entender a mensagem. A pessoa querendo falar sem conseguir, ou, gente falando, mas não conseguindo dizer. É normal. Até eu, mais alfabetizado um pouco, passo por essas dificuldades de expressão. O carnavalesco quer extravasar sua alegria, com imaginação e criatividade, mas não encontra ambiente propício. Foi erguido um monopólio da desominização, o incentivo à alienação que retalha a identidade do ser humano, oblitera sua existência e degrada seu potencial de participação. Um oligopólio que quer re-impor a zaroia visão do giro do sol em torno da Terra. Desculpem-me por falar essas coisas. Saibam que detesto intromissão impertinente, e morro de vergonha quando faço o que não devo. Prefiro me conter na natureza do lugar natural. Às vezes fico tão calado que o outro se incomoda e fica insistindo para que eu fale, pode crer. No rumo da previsão tecnológica virão os ciborgs, fabricados em série, como mercadorias. Imagino que nesse contexto, eu, Giovana, Sheila, Maíra, Sarah, Raíssa, Genildo, Ubiratan, Marcos Pinto, Chico Ilo, Kinkas, Biduba..., por exemplo, passaríamos a ter menos valor que um copo descartável. O Cordão da Fantasia não é partido político (nem pretende ser), tem a ver com mar, rio, terra e céu, algo mais além, fruto da imaginação do carnavalesco macauense. Mas que ninguém se engane: O Cordão da Fantasia não é um ente estranho ao mundo, está dentro dele, e, assim, como diz o professor Marcos Falchero Falleiros, traz em si a relação entre estilo e ideologia.Que Deus ajude a todos nós.Paciência e virá chuva de fotos do Cordão da Fantasia.Segue o artigo “A beleza do Carnaval”, que, pretendo, tenha poder anti-ressaca. Foi a domínio público através do vespertino O Jornal de Hoje, desta sexta-feira, 08/02/2008. Quis fazer um texto menor, mas um tiro desumano me desconcertou.

Abraços, Renan.