segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Lembranças dos XIITAS

Já que estão lembrando dos blocos e suas belíssimas músicas, eu não poderia deixar passar a oportunidade de lembrar do famoso “OS XIITAS”, que “abrilhantou” o carnaval de macau no final da década de 80. Para se ter uma idéia da importância dessa agremiação carnavalesca, basta citar que ela era uma das poucas que definia seus horários de apresentação no corredor do mercado velho, ficando o mesmo geralmente em horário nobre (horário dos blocos considerados de elite). O melhor eram os argumentos utilizados junto a COC (Comissão Organizadora do Carnaval): Os Xiitas não pode desfilar (se é que aquilo era desfile) em um horário muito cedo, pois seus componentes estariam no mela-mela; e não pode passar em um horário muito tarde, pois seus componentes estariam bêbados. Então, tinha-se que “desfilar” no horário compreendido entre 16 e 18 horas, sob pena desse grandioso bloco não dar as caras no corredor.
E por falar em “Os Xiitas” , lembro-me que em um determinado ano ele não ficou, como almejávamos, com última colocação do grupo B (ou eraC) - Não sei por que “cargas dágua” a comissão julgadora achou que nós tinhamos tido um desempenho melhor que um outro bloco. Esse fato gerou um enorme balaio de gato, o que contribuiu, creio eu, com a dissolvição do bloco.
Lembro-me também do hino dos Xiitas (sim, era um verdadeiro hino) composto por Zé Augusto, o “Cabo”, em parceria com Gilberto, Nenoca, Alfredo, Ramos e Zé Negão. A pérola é a seguinte:

“Foi numa noite lá no brega, todo mundo viu
O brega abriu,
e um Xiita lá de trás gritou:
Pagou e não roubou,
Pagou e não robou”.

Vejam vocês a profundidade desta obra-prima. Não é todo mundo que consegue entende-la, só alguns iluminados como o autor e seus parceiros. Contam inclusive, que o seu compositor, o cabo Zé Augusto, depois dessa obra, ficou tão exausto que até hoje não conseguiu se recuperar do esforço que fez.

Abs, Maurício Miranda