sábado, 19 de janeiro de 2008

CHAMARAM O MEU BOI

Naquele dia, o sol amanheceu de torrar. O Boi como sempre, um dos blocos mais irreverentes do carnaval macauense, pra não dizer esculhambado, saiu às ruas. Tinha, este bloco, o costume de fazer as letras das suas músicas comentando feitos e episódios das pessoas da cidade.
Pois bem, o Boi saia de costume do Mata Sete, famosa rua de cabarés de Macau, e vinha pro centro "recheado" com umas meninas dos cabarés de Angelita, Sansão, Dasdores, etc e uns meninos alegres que povoavam aquela área na época, Pispiula, Luizinho de Manoel Ferreira, Boba, etc. , além dos componentes tradicionais.
Bem... o Boi sai. Cantando alegremente, acompanhado do sanfoneiro Tarcisio e do pandeirista Nenen, irmão de Labera (aquele da música Labera e Juju).
E o povo vinha pra rua pra ver, tinha gente que dizia. “Vige Meu Deus.. é o boi.” “Corre pra dentro”. “Bota os meninos pra dentro”.

Eu não sei por que faziam isso?
E cantavam:
“Chamaram o meu boi de cu pelado,
chamaram mais o dono não gostou,
pois cu de outro é o nome que lhe dou,
e cu pelado é o cu da mãe de quem chamou”.

As outras letras eu me dou ao direito de censurar previamente.
Lá pras tantas chegaram ao Bar do Gordo. Um tradicional bar no bairro do Valadão e quem estava em baixo do Boi era Osni. E o Boi arriou-se e ficou ali quietinho. De repente todos perguntaram: “Menino, Osni , cadê?” “Ta debaixo do boi”. “Levanta, lavanta”. Então, levantaram o Boi e Osni estava lá, debaixo do Boi, nú. Todo sujo e, abaixo dele, uma disposta ruma no chão do Bar do Gordo.

E foi aquele alvoroço. Pois foi.
Eu não sei por que esse povo tem essas coisas contra o Bloco do Boi.