domingo, 20 de janeiro de 2008

SOBRE QUEM PARIU O BOI


As histórias vêm das estórias, ou ao contrário, de qualquer forma tenho em minha memória distorcida por tantos carnavais e outros que tais, uma outra versão para a paridura do Boi.
Uma galera do Jardim, que bem no início dos anos 80 (tipo 81, 82 não sei precisar), costumávamos ser voluntários aos serviços do Baile P&B. Saíamos mais cansados do que bêbados do baile e doidos para bebermos prá valer. Depois de termos passado a noite revezando entre bar, portaria, bilheteria e segurança (que na verdade era Tuca, nós só ficávamos no controle do boteiro, “botando moral”), logicamente fomos rumo ao Mata-Sete. Lembro de algumas figuras: Osni, Chico PB, Manguito, Chico Bigode, Pantera, Paulo de Hermes e haviam outros (claro!), pois o grupo que trabalhava, junto com os que só mandavam e mais os outros que não faziam nem uma coisa nem outra e mais os pés de cidreira, dava bem um bloco.
Não sei quem surgiu primeiro se o Boi ou o sanfoneiro mas acho que foi o sanfoneiro Tarcisio que era amigo de Manguito, nosso primeiro e principal compositor, e ficamos a andar de Bar em bar(no mata-7) com o sanfoneiro puxando o fole até que encontramos um folião daqueles “Pé-de-cidreira mermo”, totalmente chapado e querendo arrumar mais dinheiro pra tomar cana. Foi aí que Osni comprou o primeiro Boi e ele mesmo andava debaixo do Bicho:
Chamaram o meu boi de Cú pelado
Chamaram mas seu dono não gostou
Bico de ouro é o nome que lhe dou
E cú pelado é o Cú da mãe de quem chamou
Quando chegávamos nos Cabarés era uma festa. As meninas se animavam pra valer. Lembro bem de uma chamada Dudica (ou seria Dudiga?). A danadinha era uma graça e lógico era a mais disputada. Não sei se é um delírio meu, mas tem uma imagem que não me sai da memória: “um rapaz de muito boa família com uma mangueira de jardim, lavando o capuz do fusca de Dudiga e bebendo a água da lavagem.” Foi lá no Bar do Gordo? Bar Brasil? Não sei. Só sei que foi assim!