sábado, 24 de novembro de 2007


Essa viagem sentimental ao "Cirque de Savié Soliné" nos trouxe muitas lembranças, mas com elas vieram, como diz o filósofo e ex-proprietário do Circo, Domingos Sávio Afonso: "aleivosias". O "oco do tempo", como bem diria o saudoso Patativa de Açaré, permite que diga-se que Xandinho, por exemplo, "caiu no esgoto da Fábrica de Vinagres", o que equivaleria dizer que o picadeiro do circo ficava em cima de um esgoto, o que é um desrespeito para com aquele que, não foi o maior, não foi o melhor, mas foi o mais discutido circo que passou pela terra das salinas.
A fábrica de vinagre, é bem verdade, não tinha uma "estação de tratamentos de efluentes industriais" mas sou testemunha de que ali não havia esgoto. Quando Xandinho despencou do trapézio e foi em direção ao solo, Manoel de Dedinho fez um breve cálculo de "força x distância" e aplicou-lhe um golpe, impedindo, assim, que ele projetasse sua cabeça no solo causando um imenso abalo sísmico que comprometeria seriamente as fundações da fábrica e da própria casa dos Solino.
Xandinho tinha uma cabeça com a fronte fugidia, uma proeminência dos zingomas e uma agudeza no ângulo facial, um prognatismo e uma plagiocefalia, ou seja. uma cabeça oblíqua, ovalar, assimétrica compensada entre as duas metades de sorte que, não havia capacete no mecado que coubesse a sua cabeça, mas graças a Manoel ele está vivo e Sávio solto.