terça-feira, 20 de novembro de 2007

Poesia da Praça Sempre Alerta


Chego à praça ”sempre alerta em Macau”, bem no meio do meu mundo de palavras... Sento-me num banco, continuo a rir... Estranho... Não costumo estar tão bem disposto nas segundas-feiras... O dia tem um cheiro diferente... Finalmente... Olho as pessoas, sorrio para elas... Apetece-me sorrir para pessoas que não conheço... Elas passam e sorriem de volta... Algumas falam comigo... Gosto deste banco, destas árvores, desta sombra... Praça do Desejo... Já me tinham falado dela, mas não me lembrava onde ficava... Perdi o rumo às ruas que me podiam trazer até cá... Deixa cá ver o mapa... Encontrei-a novamente, o melhor do livro... Estou cá, desejo... Está tão azul o céu nesta praça, não me peçam para voltar a casa... Quero cá ficar, quero memorizar cada fachada, cada janela, cada porta... Este é o meu lugar, nesta terra de mil significados... Encantada és Praça do Desejo... Não me obriguem a sair daqui, deixem-me estar, deixem-me comigo... Com as pessoas anônimas que passam e sorriem, não quero voltar... Quero um corpo feliz, marcas de paixão... Olhares de desejo, sim sei como são... Alguém ensinou-me... Onde andará ela?... Voltará?... Acho que não... Mas aprendi o caminho para esta praça... Gosto dela, tem história, tem vida... Vejo caras felizes aqui, gente em paz... Compreendo-os, compreendem-me... Vou comprar casa aqui, acho que está ali uma para venda... Tem uma varanda que dá para a praça e chão de madeira... Já a fui visitar, gostei... Vou pedir empréstimo e comprá-la... Acho que chega para mim e para o desejo...

Atenciosamente
José Antonio